Reportagem ISTO É DINHEIRO

terça-feira, 24 de março de 2009



Maughan, da Forever Living: Visita ao País para distribuir lucros e buscar locacões para um resort


Fortuna natural
Rex Maughan só vende produtos à base
de Aloe vera. E fatura US$ 2 bilhões
com isso



Por Flávia tavares

Mulheres de diversas gerações se acostumaram
a bater folhas de babosa no liqüidificador e
passar no cabelo. A planta era famosa por estimular o crescimento e o brilho das madeixas. Pois a babosa “moderna” ganhou um nome mais elegante, Aloe vera, e se transformou em matéria-prima para a indústria de cosméticos, sucos e suplementos alimentares. E Rex Maughan, fundador e presidente da empresa americana Forever Living, aproveitou os benefícios da planta para criar uma rede de vendas que fatura US$ 2 bilhões por ano em 110 países. Fundada há 28 anos, no Arizona, a Forever Living é hoje a maior plantadora de Aloe vera do mundo e chegou ao Brasil em 1996. Sem campanhas publicitárias, contando com a propaganda “boca-a-boca” dos 100 mil distribuidores que atuam no País, a filial brasileira apresentou, em 2005, um surpreendente crescimento de 242%, atingindo uma receita de US$ 20 milhões. “O mercado do Brasil precisou de um tempo de maturação”, explica Fernando Junqueira, presidente da Forever Living Brasil.

Ana Paula Paiva
Junqueira, presidente da filial
brasileira:
Crescimento de 242%
em 2005

Os produtos da linha Forever Living são mais caros que a babosa vendida nas feiras e aconselhada por nossas mães. Um suco de Aloe vera da marca, com um litro, custa R$ 48. Um tubo de pasta de dente, com 130 gramas, R$ 17. Todos os produtos são importados dos Estados Unidos – não há planos, por enquanto, de tornar o Brasil um pólo de produção de babosa - e distribuídos por aqui no esquema porta-a-porta, que popularizou marcas como a Natura e a Avon. Para conquistar cada vez mais representantes, a Forever Living tem uma política de distribuição de lucros, incomum às empresas que adotam esse sistema de vendas e, geralmente, dão apenas gratificações para os melhores vendedores. No próximo dia 12, Rex Maughan visitará o Brasil para entregar pessoalmente um total de R$ 1,4 milhão a 21 distribuidores que atingiram as metas da companhia – o líder de vendas é Lino Barbosa, um ex-bóia-fria, e receberá um cheque que pode chegar a R$ 500 mil pelo seu desempenho. “É a primeira vez em dez anos que os distribuidores da Forever Living Brasil vão receber essa participação nos lucros. E a empresa ganha com isso, porque os vendedores se sentem motivados e trabalham ainda mais”, disse o dono à DINHEIRO.

Não será, porém, a primeira vez que Maughan visita o País. Ele já esteve aqui para escolher a sede da filial brasileira (um prédio construído em 1942, em Botafogo, no Rio de Janeiro) e, no ano passado, veio dar uma espiada em possíveis locações para instalar mais um de seus negócios: os Forever Resorts. Já são 40 hotéis de luxo nos Estados Unidos, 22 na África e um na Hungria. “Gostamos de Angra dos Reis, de Salvador e da Amazônia. Se encontrarmos um bom lugar disponível, poderemos instalar um Forever Resort ainda em 2006”, afirma Maughan. Até lá, a preocupação do proprietário da Forever Living, é em tornar a filial brasileira em uma das cinco mais rentáveis da companhia – o Brasil ocupa, atualmente, a oitava posição, enquanto o Japão é o mercado mais lucrativo.

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